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RETOMADA MARCA INÍCIO DA ERA DO VAREJO SEM CONTATO: SUA EMPRESA ESTÁ PREPARADA?

A tendência já é chamada de 'touchless retail' e especialistas a consideram obrigatória para quem quiser recuperar a confiança do consumidor no pós-quarentena

 

Máscaras, medição de temperatura, controle de fluxo e distanciamento com marcações no chão. Da entrada na loja ao pagamento, todos os processos de uma jornada de consumo têm passado por alterações na retomada do varejo pós-quarentena. Enquanto não houver uma vacina, especialistas analisam que os negócios entrarão em uma nova era – e alguns segmentos podem sofrer uma transformação permanente.

O presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), Eduardo Terra, conta que o fluxo tem sido menor nas lojas já reabertas, mas com uma taxa maior de conversão de vendas: o consumidor não passeia mais em lojas e vai realmente para comprar, na maioria das vezes. Novos protocolos têm sido adotados, por empresas de todos os portes, para tornar os negócios mais seguros – e isso precisa ficar claro para o cliente.

O que diferencia o varejo físico do digital é justamente a possibilidade de proporcionar experiências e experimentação, que precisam ser repensados nesse novo cenário. Alguns setores podem ser ainda mais impactados com as normas de distanciamento social e a imposição do chamado toucheless retail (varejo sem contato), como vestuário, por exemplo. “Vamos ter que buscar alternativas, mas com processos simples, principalmente para o pequeno varejista”, comenta Terra.

 

Tecnologia será fundamental para adaptações

 

tecnologia, sem dúvida, será uma das propulsoras dessa nova fase. Mas isso não quer dizer que ferramentas desconhecidas surgirão do dia para a noite. “Muitas tecnologias, com cerca de dez anos de existência, que já eram usadas principalmente em países orientais, como o Japão e Coréia do Sul, agora se tornarão mais comuns em países do Ocidente, como a realidade aumentada, NFC e o QRCode”, explica o especialista em inovação e negócios Arthur Igreja.

Essas tecnologias podem fazer com que o consumidor elimine algumas etapas do processo de compra. “A realidade aumentada, por exemplo, pode ajudar a ter acesso a características do produto sem ter que chamar alguém para conversar. O cliente poderá, ainda, experimentar roupas em provadores virtuais, entre tantas outras coisas. O vendedor será mais focado na efetivação da compra do que no atendimento.”

 

Negócio precisa ser repensado como um todo

 

Terra orienta que o varejista analise todo o processo da empresa e todos os pontos de contato com o consumidor, que precisam ser eliminados neste momento. Também é preciso considerar a própria capacidade de investimento – se não conseguir trazer tecnologias para diminuir o contato, repense processos. Alguns são específicos e mais trabalhosos, como experimentação de roupas e acessórios, e outros são comuns a todos, como o checkout. O especialista cita alguns exemplos:

Interação com funcionários: Todos devem usar máscaras e o atendimento precisa ser feito a uma distância segura. Terra comenta que tem sido comum aumentar a distância entre o colaborador e o cliente em atendimentos no balcão com barreiras que impeçam a aproximação e o toque.

Interação com produtos: O papel da loja física é gerar interação e experimentação, mas isso vai precisar ser revisto agora. Nas lojas reabertas da Chilli Beans, os óculos são higienizados de hora em hora e após o cliente experimentar. Na Calçados Bibi, os vendedores não ajudam mais as crianças a experimentarem os calçados, o que agora fica a cargo dos pais ou acompanhantes, após higienizarem as mãos. Lojas que proporcionavam degustação de produtos também têm evitado a prática, como a rede de chás Moncloa. “Muitas lojas estão proibindo que o cliente experimente a roupa e, quando as peças são devolvidas ou trocadas, ficam em quarentena", diz o especialista.

Pagamento: É um processo que está presente em todos os segmentos de varejo. “Vamos ter que buscar alternativas, identificar onde está a máquina do cartão ou como fazer para dar o troco. Tem que buscar processos simples”, comenta Terra. Ele recomenda que as lojas incentivem as formas de pagamento sem contato e que também não gerem muita despesa, como o QRCode ou mobile payment.

 

O que virá depois?

 

Todos esses processos podem deixar marcas na sociedade – e a dúvida que paira é sobre as consequências futuras disso. "Será bastante tempo com cultura de no touch, não é uma semana ou um mês. E temos uma cultura latina de aproximação. Resta saber como isso vai se comportar no futuro", comenta Terra.

Os especialistas explicam que a adoção rápida de processos de touchless retail é o que vai determinar quem conseguirá se recuperar na retomada. "Vai ser um dos elementos mais importantes para que as lojas vendam agora. O consumidor está com medo, não quer sair de casa e só irá para shopping ou loja à medida que os protocolos de segurança aparecerem", explica.

 

Fonte: Pequenas Empresas Grandes Negócios

Publicada em 04 de Junho de 2020